Ele enfrentou e sobreviveu a todos os concorrentes virando um clássico
1975
- Um ano após o lançamento no Brasil, o Passat é eleito "Carro do Ano"
pela Autoesporte, título que recebeu novamente em 1980
Quando
em 1974, o primeiro Passat testado pela Autoesporte trafegava pelas
ruas e estradas cariocas, nem o mais admirado fã da Volkswagen sabia que
aquele carro seria tão bem recebido pelo consumidor brasileiro e tão
modificado ao longo dos anos.
Os modelos L e LS foram apresentados pela primeira vez no Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro, em 1974
No
Brasil foram lançadas as versões L e LS (Luxo e Luxo Super). O Passat
era um sedã de 860 quilos e 4,18 m de comprimento.O carro era o primeiro
veículo que a VW brasileira lançou com motor dianteiro, refrigerado a
água e tração dianteira. A opinião pública se dividia entre quem era a
favor da evolução e quem era contra, já saudosista dos refrigerados a
ar. Os mecânicos das oficinas da época não conheciam a tecnologia e
receberam treinamento da própria fábrica.
O teste mostrou
que apesar das inseguranças, o Passat seria bem recebido. “O sistema de
direção e o de tração são o ponto alto do carro. Usando juntas
homocinéticas internas e externas, o sistema de tração é suave e, com a
direção leve faz com que o motorista menos avisado não descubra que o
Passat tem tração dianteira”, e de fato a direção devia ser muito leve,
pois ao final do teste, um das recomendações era buscar se acostumar com
o carro, que tinha respostas rápidas ao menor movimento do motorista.
O
Passat dos pilotos Rogério Santos e José Coelho em 86 no Campeonato
brasileiro de marcas, em Interlagos e o modelo TS (Touring Sport)
Também
se falava da segurança que o sedã oferecia: “Um ponto positivo na
segurança do Passat é a utilização nos bancos dianteiros do cinto de
três pontos. É o segundo carro nacional a utilizar esses cintos, tendo
sido o Alfa Romeo 2300 o primeiro”. O único detalhe que não agradou
muito foi o posicionamento da alavanca de câmbio, que poderia ser mais
recuada, e fazia o motorista desencostar do banco na hora de engatar.
O Passat enfrentava concorrência do Corcel, do Dodge 1800, e
também do Chevette 1.4, ainda que de menor porte. Naquele ano, ele
ganhava o título de “Carro do Ano” da Autoesporte. Prêmio que ganhou
novamente em 1980.
Em 1976, surge a versão
esportiva TS (Touring Sport), que também se tornaria um clássico, com um
motor 1.6 e 80 cavalos, e fazia em média 12 quilômetros por litro, uma
média boa para carros da categoria. Em 78 ganhava alguns equipamentos de
conforto, como ar-condicionado, assim como dava mais precisão ao
câmbio.
Volkswagen Passat LS/ Dacon em 1974 e o 2.0 Turbo em 2007
O
Passat também foi o segundo carro movido a álcool no Brasil, primeiro
recebeu adaptação para a versão 1.5 e depois também para os veículos
1.6. Depois de sanar os defeitos, e oferecer uma série de opções o
Passat já estava consolidado quando a Chevrolet lançou o Monza em 1982,
que passou a disputar a mesma fatia do mercado de automóveis.
A VW começou a fazer importantes modificações no Passat, como o
aprimoramento na caixa de câmbio e implantando o motor MD 270. Em meados
da década de 80, o sedã também ganha para-choques de plástico injetado,
um painel novo e o câmbio de cinco marchas. Ainda assim, o Passat não
recebia a mesma atenção da VW, que carros como o Gol e o Santana tinham.
Em 88, o Brasil não iria comercializar a terceira geração do Passat, e
só em 93 iria importar a quarta geração, lançada no Salão de Genebra.
O Passat CC ocupa o mesmo segmento de carros Mercedes-Benz, BMW e Audi
A
partir de 96, o Passat sobe para o segmento de carros mais
sofisticados, como o Audi A4, e recebe motores 1.8, 2.0, 2.3 e 2.8, além
de um 4 cilindros 1.8 Turbo e 2.8 V6.
O mais
novo Passat é o CC, cheio de equipamentos e ocupando o mesmo segmento de
carros Mercedes-Benz, BMW e Audi. O motor é um 3.6 V6 FSI, 300 cv a
6.600 rpm e torque de 35,6 kgfm entre 2.400 e 5.300 rpm. Como opcional, a
Volkswagen oferece teto solar panorâmico e controlador da velocidade
com ajuste de distância. Em 2009, ele completa 35 anos no Brasil,
sobreviveu a todos os rivais da década de 70 e os surgiram depois.
Agora, além de sofisticado, virou um clássico.