sexta-feira, 7 de maio de 2010

Noite dos três cilindros apresentou o melhor dos DKW no Brasil

Terça-feira, 1º de dezembro, o Auto Show Collection apresentou a "Noite dos três cilindros", com os carros fabricados pela DKW Vemag no Brasil entre 1956 e 1967. Mesmo debaixo de chuva, cerca de 20 modelos DKW brilharam na pista do Sambódromo do Anhembi para contar os bons tempos dos primeiros automóveis nacionais, quando o presidente Juscelino Kubitscheck criou o Grupo Executivo da Indústria Automobilística (Geia) que incentivou a instalação das primeiras fábricas de automóveis por aqui. 
Pouca gente sabe, mas DKW, significa "pequena maravilha" em alemão (Das Kleine Wunder), e a sigla foi usada durante mais de 60 anos nestes carros que tinham fama de duráveis e de baixa manutenção. Na época o conjunto mecânico de três cilindros, dois tempos, e 896 cm3 de 38 cv eram inovadores e faziam muito sucesso na Europa.
Desfile Dkw
A "Noite dos três cilindros" reuniu o melhor do acervo do Três Cilindros Clube de São Paulo com carros da marca DKW como o sedan Belcar, a perua Vemaguet (o primeiro automóvel fabricado no país), o moderno Fissore e jipe Candango.
Desfile Dkw
A versão perua do Belcar, a Vemaguet, teve diversas representantes em perfeito estado de conservação, com destaque para a popular Caiçara, que vinha sem frisos, sem espelhos retrovisores externos e sequer um marcador de combustível. 
Desfile Dkw
Até a década de 1960, os taxistas davam preferência aos veículos DKW pois tinham baixa manutenção, eram econômicos e ofereciam conforto e espaço interno superiores aos seus concorrentes como o Volkswagen sedan (Fusca) e os Renault Gordini e Dauphine.
Desfile Dkw
Outro carro que marcou época na linha DKW foi o jipe Candango, que recebeu este nome em homenagem aos trabalhadores que construíram a capital federal Brasília, no final dos anos 1950. O carro com tração integral e concepção militar foi lançado aqui em 1958, tinha janelas de plástico flexível, pára-brisa retrátil, carroceria "blindada" e podia enfrentar terrenos alagados com até um metro de água.
Desfile Dkw
O Fissore tinha modernas linhas retas, que seriam mais evidentes como tendência no final da década de 1960, mas embora fosse uma versão moderna do DKW Belcar com tudo para dar certo, não fez sucesso. Tudo isso por conta do seu complicado processo de produção, que aumentou muito o peso do carro e comprometeu seu desempenho. Com pouco mais de duas mil unidades fabricadas entre 1964 e 1967, é um raro veículo nacional.
Apesar da chuva fina, os bem conservados modelos (a maioria tinha placa preta) atraíram o grande público ao sambódromo para mostrar de forma resumida, os 11 anos da linha DKW no Brasil.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Miniatura Restauração Opala Luxo 1971

Bom, como todo papel modelismo, estamos imitando a realidade e nada melhor que fazermos então uma sessão de restauração. Procurei deixar as situações mais próximas possiveis e para isso se concretizar vamos incluir junto as imagens alguns comentários para fortalecer a metáfora.

Bem, então como todo apaixonado por opala, que  da início a procura de um modelo para restaurar, procura por um carro no mínimo alinhado, sem muitas alterações porem encontra outros impensílios. Neste caso nôs deparamos com um modelo Luxo 4 portas 71 com sua identidade comprometida, sem vários itens originais e com outros acessórios nos lugares dos originais, a aparencia deste opala é o que mais nós encontramos hoje em dia (infelismente). Modelo de grade errada, competamente destruida, piscasa (além de destarem destruidos também) são de modelos errados, rodas então, nem falamos muito, conferimos as fotos.



Então, analizando a situação do modelo percebemos que muitas coisas não estão no seu devido lugar certo? Muitas peças faltando e muitas sobrando ao mesmo tempo, emblemas inadequados ao modelo etc, etc, etc...


Bom, quando nôs deparamos com uma situação assim, desanima qualquer bom restaurador de carro antigo. Mas nem tudo esta perdido, precisamos de uma boa dose de paciência e damos inicio ao trabalho. De cara, nada melho que "depenarmos" o modelo em questão, logo após de desmontarmos ele por COMPLETO deixando somente o esqueleto, fizemos uma raspagem e soldamos todos pontos de ferrugem (que não são poucos certo?). Aproveitamos para alterar algumas características do modelo, incluimos as lanternas de ré na tampa trazeira para fazer um ótimo conjunto com a chapa que aplicaremos no acabamento. Aplicamos também todo trabalho na parte intena do veículo como caixa de motor e demais partes.


Para dar o toque final, escolhemos um tom de cor muito próximo da época, mas com um toque mais moderno para dar aquela vida ao modelo. Aplicamos todos os emblemas originais do modelo certo e da época, garantindo o bom trabalho final, incluimos também outros frizos inexistentes antes como frizos nas caixas de rodas e demais partes. Optamos por um conjunto de rodas que demonstrasse toda agressividade do motor 3800 e que não comprometesse a aparencia final do veículo.


Incluimos também as presílias no capô dianteiro em um famoso espamanto 6X2 pra reforçar a "intenção".


Espero que tenham gostado. Sei que se trata de uma história, mas aos poucos vai ganahndo vida aos apaixonados pelo papel modelismo.

Aguardo maiores sujestões!

Noite do Mustang reuniu 50 modelos no Sambódromo

Em noite especial, o Auto Show Collection reuniu 50 modelos de várias gerações na Noite do Mustang, para contar a trajetória deste clássico Ford. O evento contou com a participação do Mustang Clube de São Paulo, que tem 200 membros e mais de mil fãs cadastrados no site oficial. Com casa cheia, o público lotou a área da dispersão e as arquibancadas para acompanhar de perto o desfile da cavalaria.
Assim como os cavalos da raça Mustang, que foram trazidos pelos espanhóis para a América e vivem em grupos, os membros do clube mostraram a união em torno de uma lenda que ainda escreve sua trajetória. Na pista, o primeiro carro a desfilar foi um Mustang Mach 1 vermelho, 1973, mesmo modelo que estreou a primeira versão do filme 60 Segundos (60 Seconds), de 1974.
Outro modelo de destaque e rara beleza foi o Mustang conversível 1967, um dos mais raros, pois representava menos de 1/3 das vendas na época. Neste ano, três após o lançamento, o Mustang já acumulava 1,3 milhão de unidades fabricadas.
O modelo 1965 hard top (teto rígido) era um dos mais bonitos da pista. Valmir Carajeleascow, presidente do Mustang Clube de São Paulo, lembrou que o modelo tem forte associação com o público jovem: "Quem é apaixonado por rock, se identifica com o Mustang, que é símbolo de uma era onde surgiram artistas como The Doors, Pink Floyd e Rolling Stones".
Um modelo vitaminado a cruzar a pista era o Mustang Grandeur, com motor adicionado por blower e um scope, que roncavam para delírio do público. Os detalhes desta versão ficam por conta dos faróis especiais bi-iodo, frisos laterais e o teto de vinil marrom.
Outro modelo mais antigo, um Fastback 1968, mostrou a beleza das linhas criadas por Lee Iacocca. Neste ano chegava ao mercado o novo motor V8 Big Block 390, de 6,4 litros, alimentado por carburador Holley quádruplo que despejava 315 cv de potência no asfalto.
Depois, um Mustang 1966 conversível, exibiu toda a originalidade do carro que foi premiado no Encontro Paulista de Autos Antigos, em Águas de Lindóia.
Os fãs da customização viram de perto um modelo vermelho hard top com rodas pretas e pintura vermelha com faixa banca no capô, o que reforçou ainda mais o caráter esportivo do Pony Car.
Infelizmente, o encontro não teve representantes das gerações seguintes, caso dos Mustang fabricados a partir de 1974. Nesta época, o carro sofreu profundas mudanças, com motores bem menos potentes e apelo maior para o conforto, em detrimento do desempenho. Com o tempo, o carro perderia sua esportividade, para ganhar um status de carro compacto, o que só começaria a mudar na década de 1980, com a volta dos conversíveis e novos motores com injeção eletrônica.
 
Mustang para as novas gerações
Para o consumidor brasileiro, o Mustang sempre foi um carro de muito status e exclusividade. Em 1995 a Ford voltou a oferecer o carro por meio de importação, assim como já acontecia com o sedan Taurus, a pickup Ranger e o SUV Explorer.
O desfile teve 25 modelos da nova geração, lançada em 1994, e que chegou por aqui no ano seguinte. O modelo marcou a volta do Mustang aos seus bons tempos, com linhas clássicas e esportivas, nas versões GT e SVT Cobra.
Para equipar o cavalo Ford, estava disponível um motor V6 3,8 litros de 145 cv e o tradicional V8 302 de 4,95 litros com 215 cv na versão GT.
O Mustang 2005 abriu o desfile da geração atualizada, com desenho agressivo, equipada com o motor V8 de 300 cv. O estilo do carro remete ao passado com o conjunto óptico dianteiro circular, a grade preta que guarda o símbolo do cavalo, além de vincos fortes e traseira muito parecida com os modelos antigos, de lanternas triplas e emblema metálico no centro.
O modelo 2007 Shelby Cobra GT 500 desfilou exibindo a combinação da cor preta com faixa cinza fosca sobre o capô. Embaixo dele, o motor Supercharger V8 5,4 litros de 32 válvulas desenvolve 450 cv. O Mustang Bullit verde, fabricado em 2008, representou a série especial para lembrar o filme estrelado por Steve Mc Queen em 1968, onde ele dirige um Mustang pelas ruas e estradas de São Francisco.
Outro Shelby GT 500 modelo 2011 foi o mais novo representante do Clube do Mustang, que exibiu toda a esportiva desta lenda criada por Carol Shelby, na década de 1960. Valmir Carajeleascow lembrou que os novos modelos custam em média R$ 180 mil no mercado nacional, e que os modelos mais acessíveis, fabricados na década de 1990, custam atualmente R$ 45 mil no mercado de usados.
 

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Limosine Continental 1961: O carro do presidente

Lançado em 1940, o Lincoln Continental sempre foi um modelo de luxo desde a sua concepção. A ideia de um sedan mais confortável que os Ford da época, surgiu de Edsel Ford, filho de Henry Ford, que a partir da adaptação de um Zephyr, para um elegante cabriolet, orientou a criação de um carro com excelente acabamento e conforto. Estava criado o modelo Continental, um dos ícones de Detroit. Em oito anos, o carro mudou para atender um exigente público, mas seu preço cada vez mais alto acabou inviabilizando a produção, e em 1948 o Continental deixou de ser produzido.
Limosine Continental
O nome voltou em 1956, já na melhor fase da indústria automotiva americana. O Continental era luxuoso, confortável, potente (motor V8 de 6,0 litros e 285 cv) e conquistava o público mais abastado e igualmente exigente. O prestígio do carro cresceu, assim como suas dimensões, e no início dos anos 1960, a Lincoln ganhou o direito de produzir as limosines presidenciais.
Limosine Continental
Esta limosine foi encomendada pelo governo americano e traz diferenciais interessantes. Talvez o fato mais marcante, tenha sido o assassinato do presidente John Kennedy que desfilava em um Lincoln Continental, em 1963.,
Limosine Continental
O Lincoln Continental era um modelo típico dos anos 1960 com linhas retas e elegantes, valorizadas pela "cintura alta" da carroceria, e sem as exageradas aletas e frisos que marcaram outros modelos como os Cadillac.
Limosine Continental
O carro produzido em 1961 foi transformado pela empresa Hess e Eisenhart, de Cincinnati, Ohio e também transformado em conversível. A estrutura do carro foi inteira reforçada para evitar que o excesso de torção trouxesse prejuízos para as peças ou comprometesse a suspensão macia.
Limosine Continental

A pedido do próprio presidente Kennedy, foi desenvolvida uma proteção, construída em formato de bolha, fabricada em Plexiglas. O material era resistente e blindado o suficiente contra disparos de arma de fogo. No entanto, o ar condicionado do carro não foi redimensionado para a sua nova estrutura, o que gerava desconforto na comitiva presidencial. Por isso, o serviço secreto americano dispensou a bolha de Plexiglas nos eventos realizados em cidades consideradas seguras. No entanto, as mudanças no carro foram meramente estéticas, com vistas a tornar a limosine mais confortável. Foram instaladas geladeira, cristaleira e um rádio de comunicação entre o motorista e seus passageiros, na parte de trás.
Limosine Continental
O carro do presidente manteve sua mecânica original, com o V8 430 de 320 cv, freios a disco nas rodas dianteiras, câmbio hidramático de três velocidades (Ford o matic) a exceção da suspensão, um pouco mais rígida, mas confortável para a proposta de um carro presidencial. Afinal, poucos donos de Limosine dirigiam seus próprios carros, deixando esta tarefa para o motorista, com exceção de Elvis Presley que teve um Continental Executive Limosine. O artista fazia questão de guiar o carro pela cidade de Memphis na década de 1960.
Limosine Continental
Após o assassinato do presidente John Kennedy, na cidade de Dallas em 1963, o seu sucessor Lyndon Johnson solicitou diversas mudanças no carro. A Limosine do vice-presidente ganhou novo teto rígido e voltou a sua forma original de sedan. A blindagem foi reforçada e a pintura, refeita. Para acompanhar a tecnologia, a limosine Continental de Johnson recebeu equipamentos de comunicação por rádio e telefone, além do ar condicionado mais forte.
Limosine Continental
O carro serviu também Richard Nixon, no governo seguinte, e foi novamente reformado sem mais alterações estéticas. As únicas mudanças foram na blindagem e sistemas elétricos do carro, que só foi aposentado em 1977 após 16 anos de trabalho.
Limosine Continental
Outros Lincoln Continental foram transformados em Limosine, para servir como veículo de apoio às comitivas presidenciais e altos funcionários do governo. Mas o modelo 1961 ficou imortalizado na história, seja pelo triste fato do assassinato, seja pelo luxo discreto que é característica da marca Lincoln.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Facel Vega HK500: francês com motor Chrysler

No final dos anos 1950 até os europeus arriscavam um desenho ousado e motores de alta potência para equipar seus modelos especiais. A empresa italiana Metallon, especializada em fabricar peças de aço, se juntou a montadora sueca Skar para fabricar automóveis que tiveram muito prestígio durante muitos anos. Em 1954 levou ao Salão de Paris o novo modelo HK 500, um esportivo que revolucionou o mercado europeu da época sob o comando do brilhante Jean Daninos, fundador da marca.

Este raro modelo foi visto no Encontro Paulista de Autos, em Águas de Lindóia, e fotografamos em detalhes para os leitores do Auto Show. O estado impecável do Facel mostra o cuidado do seu proprietário com todos os detalhes que neste carro são feitos em aço inoxidável.

O HK 500 era um cupê de quatro lugares, mais baixo (bem mais baixo) que os carros de seu tempo, com linhas futuristas combinadas com os elementos que agradavam e muito aos europeus. A dianteira trazia dois faróis colocados verticalmente, e a grade dividida em três peças. A traseira tinha uma queda suave com os faróis destacados e dispostos na ponta, bem ao estilo dos Cadillacs, assim como os frisos e os vidros.
O interior também tinha inspiração nos comandos aeronáuticos e bancos com formato anatômico. O painel oferecia termômetro, pressão do óleo, vacuômetro e outros mostradores típicos de modelos esportivos. O volante era clássico, feito em madeira, para relembrar os bons tempos dos Delahaye.

O motor era o V8 4,5 litros Chrysler de 4528 cm3, 180 cv a 4400 rpm com tração traseira e câmbio automático TorqueFlite ou manual. O sucesso do HK500 deu origem a um modelo "ampliado", sem coluna lateral e portas suicidas, batizado de Facel Vega Excellence.

Em 1962 além das mudanças visuais que deixavam a linha mais moderna, os motores V8 estavam disponíveis em duas versões: uma com 355 e outra com 395 cv. Em 1964 o Facel Vega deixava de ser produzido, após 3.000 unidades fabricadas, que hoje são disputadas por colecionadores em todo o mundo. A origem dos problemas estava no modelo Facellia, um esportivo de pequenas dimensões, e não nos propulsores Chrysler.