sexta-feira, 30 de abril de 2010

Chevette e Brasília com certidão de 1973

Conheça um pouco mais sobre estes dois carros de cor vermelha 

A Brasília é um carro desenvolvido no Brasil pela engenharia da Volkswagen que uniu sua mecânica consagrada a um brilhante projeto de design na época. Com muito espaço interno, boa visibilidade e proposta inteligente, era focado na classe média.
Sua intenção era conquistar os ex-donos de Fusca antes que eles migrassem para novas propostas de outras marcas, como o Ford Corcel. Com preço maior que o do Fusca, o Brasília foi lançado em 1973 e conquistou o mercado de imediato. O motor 1.600 cc era interessante, com bom rendimento, mas consumo um pouco elevado.
No mesmo ano, quase simultaneamente, a Chevrolet lançava seu primeiro compacto no Brasil após o grande sucesso do Chevrolet Opala, um sedan robusto, evolução do Opel Rekord.
O Chevette era derivado do Opel Kadett, tinha preço atrativo e combinava uma mecânica mais moderna, com motor 1.4 litros de 68 cv, com comando de válvulas acionado no cabeçote e tração traseira. Era um pequeno sedan, robusto e confiável, que logo na chegada recebeu o título de Carro do Ano.
Rodar com a Brasília é como dirigir um Fusca, aproveitando o ronco do seu motor boxer, as marchas esticadas, e a distância dos pedais, como é próprio de todo o VW desta época. A maior qualidade é o espaço interno, generoso, capaz de levar cinco adultos com folga. O porta-malas também era grande, com espaço extra em cima do motor, ainda que comprometesse a visibilidade do motorista.
O Chevette é mais silencioso, com rodar mais macio, fruto do seu moderno projeto mecânico, última palavra em tecnologia européia. Com espaço menor, rende uma tocada mais esportiva, com câmbio curto e comandos mais próximos. Mas nada que empolgue, já que o motor de 1400 cc não era nada espetacular.
A Brasília deixou a linha de produção em 1982, com boa presença de mercado e abrindo espaço para o Gol, que briga na liderança até hoje. Já o Chevette foi longevo: recebeu uma importante reestilização e sua mecânica foi aprimorada com o tempo. Viveu até 1993, na versão com motor 1.0 litro, de pouca aceitação.
Em termos de preço, estavam equilibrados, afinal, eram concorrentes. No Auto Show Collection, fotografamos os dois, lado a lado, que tem em comum o tom avermelhado e o impecável estado de conservação: coisa de dono cuidadoso e que não liga para a concorrência que existiu no passado.  
 

 

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Noite dos conversíveis no Auto Show Collection

Nesta terça-feira, o Auto Show Collection comemorou oito anos de existência, e levou para a pista os carros conversíveis de várias épocas e estilos. Desde 2002, mais de 350 eventos foram organizados no Anhembi, com público estimado em 3,5 milhões de pessoas nestes últimos oito anos. Mesmo com tempo nublado, típico de outono, o público encheu as arquibancadas do Sambódromo para ver estes carros tão incríveis:
O primeiro automóvel a cruzar a pista foi um Corcorde, fabricado na década de 1970, modelo nacional que é na verdade uma réplica de roadster, montado sobre chassi e mecânica do Ford Galaxie. O estilo clássico com dianteira imponente remonta o estilo adotado pelos Duesemberg e Cord, modelos de luxo dos anos 1930.
Em seguida, foi a vez do Bel Air 1956, com um dos desenhos mais tradicionais da época de ouro da indústria automotiva. Com linhas curvas e clássica combinação do vermelho com branco e capotaremovível, o Bel Air era um modelo intermediário na linha Chevrolet.
Para quem gosta de esportivo compacto,  o evento teve dois modelos incríveis que eram sucesso entre os jovens da década de 1970. O MP Lafer vermelho, em excepecional estado de conservação, recebeu elogios. Fábio Pagoto, que comentava a história e o contexto de cada modelo, destacou que os MP´s eram fruto de um projeto desenvolvido pelo empresário Percival Lafer, que apresentou um veículo esportivo inspirado nos MG ingleses, de carroceria de fibra, sobre mecânica VW, no Salão do Automóvel de 1974.
A  seguir, um Puma GT Spyder, também com carroceria de fibra e mecânica VW 1600, desfilou na pista. Pagoto destacou que o estilo do Puma era contemporâneo, diferente dos MP Lafer, apesar do mesmo conjunto mecânico.
O Dodge Coronet 1965 era um conversível de linhas mais retas, a robusta e potente mecânica Chrylser. Este carro tinha nada menos do que oito opções de motores disponíveis na época; desde o Slant Six (seis cilindros em linha) 225 de 3,7 litros ao V8 440 Magnum de 7,2 litros.
Depois dele, outro legítimo ianque: um Pontiac Bonneville azul 1964, na melhor forma dos full size conversíveis, com o motor V8 421 de 6,4 litros. O mais interessante além das linhas retas do automóvel é sua extensa lista de opcionais que vão desde ar condicionado, aquecimento, piloto automático até a capota com acionamento elétrico.
Os fãs dos Hot Rods foram ao delírio ao ver o lindo modelo vermelho acelerando na pista do Sambódromo. O carro customizado traz motor V8 350 usado no Corvette, além de rodas esportivas, suspensão especialmente dimensionada para pista, além de acessórios de época.
O Farus 1986 desfilou representando a Sociedade Feminina de Autos Antigos (SFAA), sempre presente nos eventos de antigomobilismo pelo Brasil. O modelo é um dos 252 fabricados durante a década de 1980 e traz linhas retas, farois escamoteáveis e um estilo que foi admirado nestes tempos em que a importação de veículos importados era proibida.
Dois Mustang, um 1991 preto, e outro 1996 representaram dois estilos diferentes de um mesmo lendário puro sangue. O primeiro modelo tem linhas retilíneas, num tempo em que as vendas do carro foram superadas pelos concorrentes Camaro e Corvette, da GM. O outro, 1996, incorpora  a beleza do estilo esportivo com inspiração nos clássicos, este sim um sucesso de vendas.
Para finalizar, dois nobres italianos Alfa Romeo exibiram a linhagem do Quadrifoglio, símbolo da marca. O primeiro era um Alfa 2600 1968, e outro, o premiado Alfa Spyder 1996, desenhado pelo estúdio Pininfarina.

Dodge Magnum

O Charme do Magnum que conquistou vários admiradores.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Galaxie 500 Wagon

Tratase de uma Raridade quase Exclusividade. O modelo Wagon do nosso Ford Galaxie praticamente não rodou em nosso pais, mas vasculhando pela internet encontramos alguns modelos esclusivos. Vou deixar uma miniatura que fiz justamente para marcar este modelo que não a é muto conhecido pela maioria para que fique em discução:





terça-feira, 27 de abril de 2010

Dodge Dart SE

Para quem não queria passar dos 30, dizia a publicidade da época, referindo-se ao baixo custo do modelo:

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Monza ou Ascona? Conheça a origem deste sedan

Encontramos na pista do Auto Show Collection um carro inusitado. Ao olharmos rapidamente se trata de um Chevrolet Monza Classic, versão luxuosa do sedan que era sonho de consumo da classe média na década de 1980.
O carro tem cor dourada, os pára-choques na cor cinza e as mesmas linhas que o consagraram no mercado brasileiro. Mas alguns detalhes levantam grandes dúvidas a seu respeito. A grade, por exemplo, é diferente do Monza, e tem o símbolo da Opel, subsidiária da General Motors na Europa. A resposta parece a caminho: é um Ascona?
Nas laterais, a mesma saia do modelo nacional, porém, com o emblema "Luxus", configuração nunca vendida por aqui. Mais dúvidas...
A traseira também é parecida com o nosso Monza, porém com os emblemas Ascona e Opel sobre um adesivo cinza fosco, na tampa do porta-malas. As lanternas escurecidas também levam uma extensão, o que dá um aspecto ainda mais "clássico" para o carro.  
O interior é monocromático (do Monza), com volante que traz o símbolo da européia Opel (do Ascona). O restante é igual ao modelo brasileiro, que também era exportado para alguns países da América do Sul.
Junto ao pára-brisa encontramos manual e ficha técnica no idioma alemão. Outro documento mostra que o carro foi importado pela GM do Brasil.
 
Vamos aos fatos
Franciso Correia é dono do carro há poucos meses, mas conhece todo o seu histórico. O carro é de fato um Chevrolet Monza, versão Classic, fabricado em 1989, exportado para a Venezuela, que depois voltou para o Brasil.
Explicamos: em 1989 a GM comunicou que não iria mais fabricar o Monza a partir do ano seguinte, substituindo-o por uma versão mais moderna. A esta altura, a Venezuela importava alguns destes modelos em CKD, que eram finalizados no país de destino. Francisco mostra-nos o selo de fábrica dos vidros, que é de origem venezuelana. O pára-brisa, no entanto, é fabricado no Brasil.
Após o anúncio feito pela GM, as 226 unidades que já estavam na Venezuela voltaram para o Brasil. Todos estes carros tinham câmbio automático, injeção eletrônica e interior monocromático, além de um ajuste no diferencial e ausência de desembaçador traseiro. Estes carros foram oferecidos no mercado brasileiro, e hoje são raríssimos.
No início deste ano, Francisco Correia começou a saga para fazer uma "cirurgia plástica" em seu Monza (agora podemos chamá-lo assim) e transformá-lo em Opel Ascona. Para quem desconhece, o Ascona é a versão européia do nosso Monza, desenvolvido em 1979 como projeto "J", de grande sucesso, e que desembarcou por aqui em 1983. Para isso adquiriu lanternas, emblemas, volante e outros itens em um site de mercadorias e recebeu tudo em casa. A transformação resultou numa versão inusitada, que não passa despercebida até mesmo por um grupo de alemães, que observamos ao lado do carro enquanto tentavam entender este interessante modelo "híbrido". É um Monza, que tem muito mais do que DNA alemão.