sexta-feira, 26 de março de 2010

O tempo de Tempra


 
"Aqui é o meu país. Na lua, na invernada..." Sob o som desta música de Ivan Lins surgia um elegante sedan cortando as estradas no meio de uma montanha. Suas linhas eram modernas, um pouco retas demais, e representavam um passo importante para a Fiat: o ingresso no segmento de carros "luxuosos", pelo menos naquela época.
 

 
O Tempra era um passo à frente em relação ao Uno, que fazia mais sucesso a cada dia com a família toda: Fiorino, Elba e o sedan Premio. E o público queria mais. Era o tempo de Tempra. E o novo tempo trazia um estilo único: capô que ocultava os limpadores, portas elegantes com 90 graus de abertura, vidros rentes à carroceria, dianteira moderna e traseira encurtada, alta e igualmente imponente.
 

 
O carro foi apresentado em novembro de 1991. Diferente de outros carros derivados de modelos antigos, como o próprio Uno (um 147 evoluído), o Tempra tinha um conjunto totalmente novo e sem referências em relação a outros carros da Fiat. A exceção era sua grade, no mesmo padrão dos outros carros da marca, com as quatro linhas diagonais.
 

 
O espaço interno só lembrava, de longe, o Uno. O Tempra era completo, com espaço interno para cinco pessoas, posição elevada de dirigir, e banco com regulagem de altura, travamento central e rádio toca fitas. Estava disponível na versão Ouro (top de linha), que incluía acabamento que imitava madeira, e também a básica, que seria a prata, embora nunca tivesse recebido oficialmente essa denominação.
 

 
O motor era o 2.0 litros de 99 cv, de concepção antiga e com um defeito grave: tinha carburador, um ponto negativo diante dos seus concorrentes: Monza e Kadett, já equipados com injeção. Para um carro moderno na aparência, era preciso oferecer mais. O câmbio, no entanto, era bem melhor que o do Uno, com engates mais suaves, porém de relação longa, mais apropriada para viagens do que sob o trânsito pesado.


 
Em março de 1993 chegava um motor mais moderno, 2,0 litros de 16 válvulas e 127 cv, notável evolução. Com isso chegava aos 200 Km/h com rapidez e acelerava de 0-100 Km/h em 9,8 segundos. O Tempra Ouro trazia até bancos elétricos revestidos em couro, freio ABS e retrovisor fotocrômico. No final de 1994 chegaria o Tempra 2,0 litros com injeção eletrônica e turbocompressor com 165 cv.
 

 
Dentro de casa a linha crescia. Já tinha carros modernos, como o Tipo com injeção eletrônica, que vendia muito bem entre os hatches médios, e o Tempra não evoluía no mesmo ritmo que seus rivais. Em 1996, as linhas arredondadas do Palio fizeram o Tempra parecer carro de tiozão.


 
O Tempra teve ainda uma versão perua, que chegou tarde e, apesar do estilo já um pouco ultrapassado, tinha inovações como painel digital em dois "andares". Mesmo com excelente conjunto e desempenho, o carro foi injustiçado pelo mercado e rapidamente caiu no esquecimento. Com o passar dos anos, o Tempra seria injustiçado, com alta desvalorização no mercado, fruto da incorreta estratégia da marca: as peças importadas eram muito caras, o que dificultava sua manutenção. Quando sua fabricação parou, rapidamente os estoques de peças nacionalizadas também caíram, e muitos donos ficaram insatisfeitos.
 


O carro começou a envelhecer mesmo em 1997, diante de concorrentes bem mais modernos e bonitos como o Vectra, Mondeo e até mesmo o Passat alemão. Em 1998 ,a Fiat remodelou o Tempra, antecipando a dianteira que viria com o Marea, um carro bem mais moderno que o sucedeu, nas trilhas, estradas e veias que vão, do céu ao coração.
 
 

quinta-feira, 25 de março de 2010

Galaxie Night no Autoshow Collection

Luxuoso Ford desfilou com toda a pompa no Anhembi

Por Marcos Camargo Jr.
A volta do Auto Show Collection em 2010 começou em grande estilo. Os carros mais luxuosos e confortáveis já fabricados no mercado brasileiro brilharam no Galaxie Night, organizado pelo Galaxie Clube do São Paulo e que reuniu cerca de 50 automóveis da linha fabricada entre 1967 e 1983.
O desfile contou parte da história deste clássico Ford, que teve as versões STD, Galaxie 500, LTD e Landau. Para abrir o desfile, às 21h30, um Galaxie 500 1967, com placa amarela "29-80-07" cruzou a passarela e chamou a atenção pela beleza das linhas inspiradas no modelo americano. Equipado com o motor V8 272 com 164 cv de potência, o Galaxie era um carro moderno e alinhado com o que havia de melhor na indústria automotiva mundial. Também desfilaram um 1968 vinho com interior vermelho e outro 1968 bege terra, uma das cores mais bonitas do Galaxie.
O LTD 1969 foi um upgrade para o Ford Galaxie nacional. O modelo tinha acabamento diferenciado, teto de vinil que conferia um visual executivo para o sedan e câmbio automático, o primeiro a oferecer este opcional por aqui. O carro que desfilou tinha pára-choques reforçados, que quase passam despercebidos diante de tanta exclusividade. Nesta época, o Galaxie recebeu o novo motor V8 292, com cilindros de maior diâmetro e 190 cv e desempenho mais adequado para um full size. Também chamou a atenção o emblema lateral "4800", referência às polegadas cúbicas do novo motor (que na verdade eram 4785 cm3)
Um modelo da geração intermediária, fabricada em 1973, exibiu a controversa "grade cortada", que dividiu opiniões. O conjunto dianteiro do carro tinha identificação com a Lincoln, divisão de luxo da Ford nos EUA. A cor azul contrasta com o teto de vinil preto, formando um conjunto de rara elegância. Outro Galaxie 500, fabricado em 1973, é raro entre os modelos da linha, com poucas unidades fabricadas.

Em 1976 a Ford renovou o Galaxie o que deu sobrevida para o luxuoso modelo que teve as vendas bastante afetadas pela crise do petróleo de 1973. Na época, o governo militar racionava o consumo de gasolina que ficava cada dia mais cara, e os consumidores migravam de modelos gastões para os mais econômicos. Na pista do Auto Show Collection, um trio de fazer inveja: um Galaxie 500 azul com sua característica grade horizontal, um LTD com teto de vinil, e atrás o luxuoso Landau de cor prata Continental que está há 30 anos na mesma família.
O LTD 1979 mostrou um dos últimos modelos fabricados nesta versão. Com cor marrom, teto de vinil e calotas raiadas combinadas com pneus faixa branca, é também um raro exemplar, com apenas 46 mil quilômetros rodados.
Adiante, outra dupla de Galaxie 500 branco nevasca e um LTD marrom ajudou a mostrar as sutis diferenças entre os dois modelos. No desfile faltou um exemplar da raríssima série STD (Standard), que foi lançada em 1970, e tinha bancos de vinil, direção mecânica, calota simples com a inscrição Ford, e não trazia opcionais como o relógio quartz e o ar condicionado.
Chegando a década de 1980, a Ford descontinuou o LTD e o Galaxie 500, e manteve em produção somente o Landau, para atender a demanda por carros de luxo no mercado brasileiro. Na pista, um Landau equipado com o motor a álcool, o primeiro desse tipo no mundo, que foi lançado para ajudar a equilibrar as vendas do modelo que já era considerado ultrapassado.
Na cor preto Cadillac, um Landau 1983 exibiu perfeito estado de conservação e placas amarelas, hoje muito desejadas pelos colecionadores.
Outro modelo de rara beleza, era o Landau 1980 que pertenceu a frota presidencial e foi carro de uso do general João Baptista Figueiredo, o último presidente militar do Brasil. Figueiredo usava o carro que traz detalhes como a insígnia da presidência, as placas com os símbolos oficiais e o brasão da República na coluna traseira.
Fabiano Tilli, outro grande colecionador da linha Galaxie, desfilou com sua Limosine modificada a partir de um LTD 1973. O carro tem detalhes como as luminárias com símbolos da Lincoln, ar condicionado e frigobar.
Outro carro especial era o Galaxie inspirado nas viaturas de polícia dos Estados Unidos. O visual ficou completo com a inscrição "Speedway Patrol", o símbolo da polícia e as sirenes.
O encontro também teve a presença de alguns carros modificados com suspensão a ar, rodas cromadas e equipamento de som de alta potência.

terça-feira, 23 de março de 2010

Stock Car Alencar Jr

Postarei agora mais uma miniatura Stock Car na sua época de Ouro. A réplica do Opala de Alencar Jr. piloto da stock em 1983.